7 de março de 2007

De novo o que não consigo esquecer

Da infância poucas lembranças

Quase sempre desesperanças

E uma amarga grande questão

Porque não eu?

Porque você e não eu?

A morte que chegou fria

Deixou a vida ainda mais sofrida

Não que não pudesse entender

Só não queria acreditar

Sabia que como você

Ninguém mais iria me amar

Não era pelo sangue

Nem pela imaginação infame

Amava por ser eu teu

Pelo teu ser meu

E desde então

O que eu já esperava

Desilusão

Nunca mais cavalo baio

Nem o pé na terra com enxada na mão

Sem cigarro de palha

Morreu também o Passarinho e o Maquinista

Onde estará o Zé, camarada

O Herói o Balão

Burocraticamente continuo vivendo

Cumprindo etapas de lamento

Esperando que encontre de novo

No alto da ponte alta

O meu pedaço que falta

Depois de lá também serei Quincas

E feliz sem mais nenhum copo de pinga