26 de janeiro de 2007

hora do lunch

Sol a pino

Cerveja sorrindo

Um copo ou dois

Este já é o quinto

Saudade de tudo isso

Colegas de verdade

Cerveja à vontade

Infelizmente tenho que voltar

Trabalhar para viver

Viver para trabalhar

Não sei a verdadeira ordem

Mas preciso voltar

Antes, acenda um cigarro

Precisamos comemorar

E nada melhor que a fumaça

Da incoerência

Para levar nossos pensamentos

A distancia que nos separa

Nem 50 metros

É incapaz de destruir

Esse inerente afeto

Somos tão diferentes

E tão iguais

Antes do último copo nem sabia por quê

Ma s agora entendo

Preciso voltar

Mas antes tenho que dizer

Amigos, até mais

25 de janeiro de 2007

epidemia de cura

Repito aos quatro ventos

Quanto difíceis são meus movimentos

Calcular, programar, aplicar

Não faz parte de mim esse estratagema

A perspicácia de antecipar

Logo só me resta arriscar

Jogar no lado lúdico da vida

E quando perco

Litros de álcool para a assepsia das feridas

Queimo com a ponta do cigarro

As que teimam em não coagular

Mas já virou gangrena

A dificuldade que tenho

Em não mais errar

Com mais uma baforada de fumaça

E a dor aguda da feriada queimada

Juro pensar antes de falar

Planejar antes de agir

Mas quanto grito ao quinto vento

Injurias sobre mim mesmo

Já começo de novo

A soltar meu pensamento

E rápido como o sexto vento

Que só para mim faz sentido

A mente faz o corpo borbulhar

E junto com desafios

Espero novas feridas

Que marcam de fundas cicatrizes minha vida

Algumas vermelhas quelóides

Outras riscos claros

De coisas que nem lembro mais

24 de janeiro de 2007

vantagens e desvantagens

Esquisito

Perdido

Incompreendido

Maldito

Vendido

Bandido

Tantos adjetivos

Para um menino

Foda

Rápida

Inconsciente

Pertinente

Inconstante

Arrepiante

Tantas qualidades

Para mente do menino

Ordinária

Involuntária

Volátil

Irresponsável

Boemia

Poética

Tantos nomes

Para vida do menino

Intenso

Lindo

Embrionário

Instigante

Profético

Súbito

Tantos fins

Para o último suspiro do menino

23 de janeiro de 2007

castigo (ou dois lados da mesma moeda)

Meu castigo é ser eu mesmo

Olhar no espelho

Ver os mesmo olhos de sempre

O mel quente de abelhas operárias

Falar com a constante voz surda

Escutar o eterno questionamento

Andar sempre sobre estradas turvas

Sentar sobre a alma e derramar lágrimas

Inconformidade

O castigo de ser eu mesmo

Não sonhar solitário

Idealizar o coletivo

Levantar a cabeça

Mesmo incompreendido

Meus castigo

Para vocês, talvez, alívio