18 de abril de 2007

repressão não declarada

Quando gritei você estava lá para silenciar

Protestei e você de pronto a censurar

Lutei contra e mandou encarcerar

Fugi, sua irá foi caçar

E seu morrer?

Será que no inferno vou ver você?

Desigualdade que persegue

Inconformação, exclusão

Toda vez que tentar mudar

Estará lá para dizer não

Aceite suas correntes e tranque a mente

Mas você sabe

Minha chance de ganhar

Minha chance de parar

Nenhuma

Minha mente imunda vai sempre desafiar

16 de abril de 2007

as vezes é bom desistir

Quando eu tinha certeza

Vocês me fizeram desacreditar

Agora que esqueci

Querem que eu volte a lutar

O pior de mim vem quando deixo de acreditar

Não me procurem mais

Deixem que o tempo soterre minha pobre filosofia

Não sou poeta, nem pensador

Não sou artista, nem cantor

Nem líder, nem orador

Sua revolução pessoal

Não precisa do meu sangue emocional

Preocupem-se em ganhar todo aquele dinheiro

Abro caminho pra vocês

Não quero meu pedaço

Nem acredito mais no que fiz ou no que faço

suicido autoral

Tec, tec, tec

Os estalos do teclado

Parecem os cliques falhos desse gatilho

Adiando o fim da roleta

Adiando o fim da vida que anda russa

Todos esses caminhos levam ao fim

Mal letrado, mal fundamentado

Mal explicado, mal pensado

Achei que não iria voltar

Aqui estou

Digitando arrastado

Meu pensamento nublado

Esperando que o tec-tec faça bum

Rezando por um fim

Numa tarde quente

O vírus me alcança de repente

Talvez amanhã um descanso para o corpo

Mas o tec-tec ainda estará na mente

Esperando, esperando

O bum que pare o ranger dos dentes

?

Sempre tive dúvidas de quem sou

Alias acho que sou a própria dúvida

Duvida?

Nunca duvide de mim

Duvido que não possa desafiar

Quem não possa fazer você acreditar

Na minha própria dúvida

A dúvida de quem duvida

De que ninguém duvide

Que sou sós dúvidas

Que a grande dúvida

A dúvida de toda essa geração

Diz respeito a mim

Dúvida, dúvida, duvida?

Duvidas sem fim