29 de abril de 2009

Onde está Wilson?

Ali, à frente
A ilha onde nada há
Cercada de pequenas penínsulas
Ainda mais vazias
Só, no cento
O naufrago, com azia
Morreu de tanto tentar
Descobriu que dói pensar
Dor insuportável
Em meio a ecos
Da própria afasia
O último instante
A descoberta
A morte não traz descanso
Falecer é teatro
Fantasia
Pura hipocrisia

Má digestão

Sigo devorando o mundo
Mesma já quase sem dentes
Digerindo sapos e serpentes
Defecando sobras
Em seu banquete latente
Vou ingerindo grandes nacos
Dessa carne putrefata
Da qual é feita essa sociedade
Canalha como lamina de navalha
Vomitando líricos versos
Meu sonho versus seus ganhos

27 de abril de 2009

pixealizando o impixealizável

Preciso de um aditivo
Na verdade
Quero mais adjetivos
Fomentar a massa inerte
Gelada e sem vida
Que ocupa a lacuna
Entre olhos e cabelos
Aquilo que já chamei de cérebro
Hoje um HD estéril
Informação é o que não falta
Mas falta combustível
Um verbo como aditivo
Pensar em novos adjetivos
Um HD sem memória
O que já foi cérebro
Hoje é apenas a quebra de um link
Sem conectividade
Nem objetividade
Um sinal ocupado
Para mim mesmo