13 de março de 2012

Relembranças

Costumo lembrar do que para outros é pouco importante. O cheiro brando do silêncio ou o gosto cítrico do reencontro. Lembro-me também da novidade estourando como bolhas de gás no céu da boca e da miséria prensando a dignidade tal qual um golpe forte na boca do estomago. Mas o que nunca deixo mesmo de lembrar é o aroma pálido da morte, chocando a todos, para provar que ainda estamos vivos. Quem não se lembra de nada disso, provavelmente, nunca entenderá porque o ruído de um bebê que soluça eternidade ao nascer é tão extasiante.