16 de dezembro de 2006

Hora (ou fim)

Chegou a hora

Esse lugar não é mais para nos dois

Não posso mais fazer você sofrer

Nem mentir que estou feliz em te ver

Vamos embora

Sem olhar do lado nem para trás

A verdade vem para todos uma hora

É melhor lembrar do tempo de paz

E se um dia pensar em nós dois

Lembre-se que sempre foi amor

Lembre-se que nem sempre foi assim

O tempo vai mostrar que foi melhor pra nos dois

15 de dezembro de 2006

Na bruma leve ( ou pluma, ou puma)

Leve

Leve-me

Leve-me leve

Leve, leve

Me leve

Boêmia (ou poesia proibida do AA)

Um porre de sentimentos

Eterna ressaca de desencontros

Se o pulmão já é um cinzeiro

O coração é movido a álcool

As lágrimas o mais puro destilado

Esse suor frio que arrepia a espinha

O drink que alguém me serviu

O néctar da poesia proibida

Extraído da fermentação do cérebro

Flambado com o fogo da ilusão

A boêmia letrada

Traz o regresso

Talvez pela ultima vez

Evitar a ressaca

Eternamente embriagado de palavras

14 de dezembro de 2006

Continue (ou mais uma vida para sonic)

Quero apenas continuar

Sentindo amor, dor, raiva, compaixão

Continuar quente, fervendo

Nunca morno, frio

Apenas continuar

Vontade, preguiça, excitação

Viver sempre

Intensamente

Continuar

Não pode ser agora

Preciso de mais

Antes do fim da história

12 de dezembro de 2006

Para Clélia (ou passei direto em redação e expressão oral)

Não gosto de ponto, ainda mais quando ele é ponto final. Como pode a merda de um negócio daquele tamanhinho dizer que está tudo acabado. Mas esse negocinho não é o pior, entre um e outro dele sempre tem aqueles rabinhos chatos, que servem pra separar, juntar explicar e mais um monte de coisa que nunca entendo. É tão complicado esse monte de simbolozinhos, mas sempre pode ficar pior. Depois de anos tentando entender pra que e porque usá-los vem alguém e diz que o ponto nem sempre é final e que virgula não tem nada a ver com “respiração” no meio da frase. Aliás essa pessoa não deve ter nada interessante pra fazer mesmo, além do pontinho, da virgulazinha, inventou mais um caralhau de coisas: dois pontos, esse ai que acabei de usar, ponto e virgula, três pontinhos... Pra mim esse último serve pra mostrar que estamos de saco cheio, ou pra disfarçar que perdemos o fio da meada, no meu caso as duas coisas. Um ano inteiro (não vou usar parágrafo porque isso é um protesto), e sabe o que descobri? Continuo não entendendo bem pra que servem tantos tipos de pontos e seus familiares distantes, e o pior é que minha cabeça ficou cheia de uma das primas altas do santo pontinho, aquela tal de interrogação. (...) Como em toda família sempre tem os parentes legais, esse que acabei de usar, por exemplo, se entendi bem, serve pra dizer que não terminei, ou que mudei totalmente de idéia, acho que é isso. Tem também o primo “panque” do ponto, que diz que lá em baixo tudo se explica, o asterisco, esse é bem legal. Viu um desencana, corre lá pro canto da folha que você não vai entender nada mesmo. Vale a pena ficar esperto com ele na rua também, sempre que ele aparece quer dizer que alguém foi obrigado a escrever alguma coisa que não era pra você ler. (...) Agora vamos ao que eu mais gosto, primeiro vou repetir esse porque também gosto muito. Se a família fosse só ele tava legal, o grade ponto de exclamação. Ahhhh danado! Está vendo como ele é legal? Dá animo as coisas. Por isso me despeço com ele... (mas acho que a Clélia não vai gostar da despedida, alias nem do resto). PORRAA PASSEI!!! (quando vem um monte junto é mais legal ainda).

Fantasmas

Há anos sentado no mesmo lugar

Trabalho que nunca entendo

Dizem que é para o bem

Tenho dúvidas sobre o mal

Dinheiro, realização, mortificação

Um amor, um medo, uma paixão

Nenhuma razão

Velotrol, bicicleta, motocicleta

Um saudade, uma vontade, uma ilusão

Fantasmas, apenas fantasmas

11 de dezembro de 2006

deus pra mim é gerente do bradesco (ou o bradesco comprou o céu)

A fila já vai longe. Continuo esperando minha vez. Passam um, dois, três.... Opa! Agora vai. Não acredito, caiu o sistema, vixe, quanto tempo pra voltar? Meia hora, hora inteira... Voltou, é agora. Caralho! (desculpem). Cliente preferencial é o cacete (escapou de novo). Bom, agora com certeza é minha vez. Desculpe senhor (que voz fria, lá vem), o expediente foi encerrado por hoje (sabia, mais uma vez), guarde suas preces e seus pedidos. Em uma próxima o reino dos céus terá o prazer de atendê-lo (já escutei isso antes). Depois ainda perguntam por que deus está perdendo tantos clientes, pior que isso só o Bradesco. Aliás, isso vale tanto pra deus quanto para o Bradesco, esqueçam-me, vou guardar meu dinheiro e minha alma debaixo do colchão. Sei que vai desvalorizar, e pode até não valer nada depois, mas quer saber, já não vale muito agora mesmo. Pelo menos não preciso acreditar em promessas e me acostumo, a infelicidade e a pobreza fazem parte da minha condição.

10 de dezembro de 2006

Ciclo vicioso (ou marlboros)

Mais um cigarro

Espero que a fumaça cinza sufoque meus pensamentos

A mente seca

Como a boca depois de mais um trago em uma noite cinza

Noites e dias cinzas

Tão cinzentos quanto à visão de uma saída

Preso pelo medo

O medo envolto na névoa cinza, quase negra

Mais um cigarro

Espero que das cinzas nasça uma fênix, uma nova vida