29 de outubro de 2008

Carne crua

Vamos ressaltar a hipocrisia
Sorrir entre os dentes
Fingir alegria
Vamos às urnas
Eleger como presidente,
O bobo da turma

Vamos acusar Nietzche de heresia
Impelir ao gay a alcunha de doente
Adquirir essa alergia
Erguer renitentes
A voz da prolixa fortuna

Vamos amamentar o caos com azia
Sucumbir ao consumo, veementes
Infligir a sanidade
Ranger das correntes,
Do corpo mole na tumba

Vamos acalentar essa afonia
Implodir sob os emergentes
Admitir o silêncio
Prover contentes
Facadas na carne crua

28 de outubro de 2008

sobre eternidade

Ainda que pareça distante
A voz do meu coração
Sempre clama pelo seu amor
Mesmo que pareça irrelevante
O poder do meu coração
Moverá o mundo
Para que não sinta dor
E quanto tornar-se entediante
Alimentarei com chamas nosso ardor
Que seja eterno enquanto dure
E dure enquanto eu existir
Pois nada sou
E nada serei
Além de coração
E coração não existe
Sem nosso amor