10 de outubro de 2009

sem encanto

Une-dune-tê
Lembra disso:
Nunca mais pudeste escolher

Bem-me-quer, mal-me-quer
Agora, bem,
Só verás em série de TV

Abra-cadabra
Mágica sim,
Podes ver a alegria desaparecer dia a dia

Plut, plat, zum
Nem você, nem seus sonhos
Não vão a lugar nenhum

Hora do recreio
Agora sim
Um descanso pra essa vida em desespero

6 de outubro de 2009

O dia do absurdo

Respeitável Público
Senhoras e Senhores
Honorável corja
Bem vindos ao Dia do Absurdo

Absurdamente real
Realmente abominável
Abominávelmente absurdo
Olhei firme para o Dia do Absurdo

Cobras de cem cabeças, ou mais
Palhaços que choram sangue
Sangue puro feito de ki-suco
Bebei do leite dessas bestas do Dia do Absurdo

Cuspo fogo
Escarro pestes
Urino sal de outubro
É só meu todo o Dia do Absurdo

Hoje é real
Meu absurdo abissal
Amanhã é teatro
Será sempre letal, o Dia do Absurdo

Respeitável Público
Tapai os olhos
Há muito já cegos
Antes mesmo do Dia do Absurdo

Senhoras e Senhores
Quebrai os dentes
De tanto ranger
Pois tanto temem esse Dia do Absurdo

Honorável corja
Celebrai
Pois além de mim, só vós
Poderei desfrutar do Dia do Absurdo

5 de outubro de 2009

Véspera

Eu pensei em não mais acordar
Ficar inerte, deitado
Em sono profundo
Para não ter mais que aceitar
Nem discordar
Nem mesmo argumentar
Eu sonhei com minha morte pro mundo
Minha morte pelo bem do mundo
Relutei mas tive que acordar
No espelho, já cicatrizados
Pontos que em minha máquina de falar
Agora já não posso e não quero expressar
Acordado e confuso
Lembrei-me
Amanhã é feriado
É dia do absurdo