11 de novembro de 2014

Avante

escolhas
ex coisas
escoa
coa


7 de novembro de 2014

Até o caraço

É sabido e conhecido
Todo dia morremos um pouco
Uns dias menos outros mais
Alguns dias até o osso

No meio de cada dia, pausa no decompor
Alguns chamam de almoço
De volta a putrefação
Produto do tempo e da alienação

Trabalho extremo e penoso
Apodrecer em pequenos pedaços
Não contentes com tal condição
Nos cobramos por pequenos pecados

Um certo dia, nem mais osso
Também não falo e nem ouço
Por fim, só o pó
A falta de vida não tem dó

28 de outubro de 2014

Pirâmide Invertida

reza o terço
prega o preço
homem de berço
nem conhece o beco
mas destila doses de medo
espera sua parte, seu terço
não importa o preço
faz valer o berço
dana o beco
sem medo

4 de agosto de 2014

CiRclo

Sociedade
Violenta.
Rapidamente,
viola.
Para ressarcir,
é lenta.

Dia a dia
Viola e desalenta
Noite e dia
Viola e alimenta.
Sociedade
Violenta.

30 de julho de 2014

Placebo

E esse passo pesado
Tal qual quem arrasta correntes
Desse olho amedrontado
Sinfonia alta do ranger dos dentes
No fim, é tudo sugestionado
Tão real quando poder da mente
Aos próprios olhos, escravos
Para outro, livre demente

17 de junho de 2014

ventos vaiantes

contra vaiantes
venham uivantes
os errantes
(marginais emocionais)

fortes como antes
respeitáveis feito gigantes
louváveis amantes
(vicinais, incondicionais)

calem ululantes
tais deselegantes
como jamais viram antes
(jamais, jamais)

10 de junho de 2014

homem do ano

dor de dente
lembrança latente
da dor da mente
analgésico demente
para quem mente
a dor que sente 

26 de maio de 2014

que venha

se viver, que venha armado.
armado até a mente,
de todo pensamento valente

de vontade inconsequente.
afinal, os dias são latentes
com certeza incoerentes.

se viver, que venha.
já não estou armando,
mas sigo amado...
efervescente.

21 de maio de 2014

a palavra terna
da poesia eterna
no verso do acaso
sempre me acabo 
palavra é rasgo
(poesia) cravada em pedra

19 de maio de 2014

c'alma

espera
quem tem calma
desespera
quem tem alma
sobreleva
quem tem c'alma

6 de maio de 2014

giramundo

levanto-me,
outro dia dia.
o que espero?
mudar o mundo.

entre risos,
dia a dia,
é certo,
não consigo.

mas mudo.
todo dia,
a mim mesmo,
a cada segundo. 

30 de abril de 2014

mesmo sem surra
censura
crua

pseudo cura
autua
a tua

não cala
dita
dura

28 de abril de 2014

abduções

eram indigenistas
os que aos índios exploravam
serão alienistas
humanos por aliens explorados 

24 de abril de 2014

Querer ou não querer...

A questão
Não é querência,
É precisão.

Na essência
Toda escolha,
É opinião.

Sem reticências
Cada ato,
Da fé, é profissão.

Quem quer
Porque precisa,
Faz ocasião.

22 de abril de 2014

minha infelicidade é constante
para melhor aproveitar a felicidade instante

31 de março de 2014

acorde, brado repugnante

espero que o povo "acorde"
deixem essa sinfonia pobre
desafinada e torpe
do ontem melhor, ó ode,
hoje pior, e o amanhã  "fode"
sem melodia, cantam a sorte

27 de março de 2014

autoimune

busco imunidade
contra a humanidade
não parece, mas é verdade
o quanto são desumanos
homens, de qualquer idade

busco imunidade
contra as amenidades
das crenças e responsabilidades
desinstituir o ser humano
celebrar a pura animosidade

busco imunidade
contra a mentira, dita realidade

21 de março de 2014

com o passar do tempo, as pessoas vão te ensinado a desistir. você começa desistindo de pessoas específicas, em seguida, de grupos inteiros. existe um momento que pensa em desistir de todas elas, até o segundo seguinte, onde desiste de você mesmo. afinal, que orgulho há em ser pessoa, se essas não se orgulham de ser coisa qualquer, a não ser dizer que não são elas mesmas. aprendendo a desistir, de insistir, de ver pessoas trocando cosmos sobre a mesa.

17 de março de 2014

clareia

você até se esqueceu
mas eles lembram dos seus
salve a tradição, a irradiação
do fazer de coração

ajoelhe-se e agradeça
antes que desapareça
para toda crença pede bença
à dona Clara, pede licença

aos que celebram a avó
que sempre estão lá
de corpo, alma e pó
da minha garganta, obrigado, em nó

14 de março de 2014

ser

se pudesse, viraria mato, ela e eu
daí em diante, tornar-se paisagem
sem nunca influir, apena a fluir
nunca reticências, só parte da existência
seriamos mato, quanto estivéssemos parados
ao respirar, uma brisa de vento gelado
para sempre, já que mato não sabe de tempo
por um só momento, felicidade é curta como vento

7 de março de 2014

cursivas, versivas e subversivas
em prosa, em verso ou no anverso
as letras são sempre como feridas
rasgadas, amargas e vivas

6 de março de 2014

sem lei e sem documento

Costuma ser hilário ver seu bradar anti burguesia. Logo você com nome, sobrenome, títulos, posses, poses e precoce aposentadoria. Chamaria até de heresia, já que sempre viveu de joelhos rezando a cartilha, a espera de vida nas migalhas de heranças das oligarquias. Só não da pra dizer que é hipocrisia, pois ninguém é capaz de fingir o que jamais será percebido, graças a viscosidade nos olhos causada por tamanha letargia. A mim resta deixar de lado o "conto do vigário". Liberdade! Imploro pela minha carta de alforria. Jamais serei escravo das desculpas moldadas em tão bela filosofia da demagogia. 

28 de fevereiro de 2014

(re)missão

Da outra vida
Só me lembro:
No dia em que morri
Ouvi você sorrir

Na nova hora,
Enquanto espero,
Gargalho.
Você chora...

27 de fevereiro de 2014

Não alimentarás falsos patetas

A loucura é livre, logo ela não insiste, apenas existe. Quando cerceia-se esse lapso da existência comum, infringindo divagações reguladoras em constância opressora, mesmo que tais observações tenham ares de evolução abrilhantada pela inconsciência de um espírito livre, finda o improviso humano chamado de loucura. O que resta? O egoísmo autoritário, a manipulação pela ignorância. Portanto, aos tolos que se dizem iluminados pela imagética imprevisível da loucura deixo como palavras "derrubem as próprias máscaras". Tornem-se reais, assumam sua consciência e não justifiquem seus atos ob a ótica extraordinária (em tons de divindade) da loucura. Pois, se podem pensar e elaborar discursos obtusos, não são contemplados com o dom da loucura, estão apenas a serviço da auto-idolatria obscura.

Ato dos opostos



Então, ao sentir a rugosidade de mais um soco no estômago, a dor sobe em ondas de calafrios. Quem não a conhece revida, instintivamente, hora com ódio, minutos depois com medo. Porém, não é a primeira vez que recebo tal visita. Deixo, quase inconsciente, que a náusea  inunde o ventre e outros canais latentes. Que percorra capilares e cerre tenuamente incisivos e molares para chegar a ponta do último fio que cobre o invólucro da razão. Como luz, na mesma velocidade que se expandiu, volta em implosão,  até as pontas dos dedos, apertando-os tão forte quanto seja impossível. Em silêncio – percebido apenas por quem sente – o universo aguarda o retorno em igual intensidade. No entanto, a ternura vence em sonoro oco a força do soco. Por fim, toda dor é submissa à ponta do lápis. Grafada e traduzida em uma só palavra. Sonoramente semelhante ao que nunca pude dizer, escrevo, em grandes letras triunfais (ou descomunais): PAX! Ou apenas paz...

26 de fevereiro de 2014

apagar meus os versos
afinal, são tão anvers

19 de fevereiro de 2014

tamanha erudição
sucumbiu diante de simples interrogação:
mais culto seria o ato da criação
ou o feixe de inspiração?

resposta e convicção:
certamente o de maior exposição
importam somente os louros ao chão
não os atos de alma e coração

18 de fevereiro de 2014

De sol a sol
Do sol ao sal
Nem sal, nem sol
Só 

12 de fevereiro de 2014

fasta retrato, maquinista

ao som dos bois
ferro, no frio, dias a fio
nem ele era pai
nem eu era filho

éramos dois
juntos por fadário
sozinho, sem depois
não tenho contrário

só sigo adiante
no eco dos bois
pois ainda ouço "fio"
lembrança, meu campanário
e quem disse
que luz não se vive
certamente é triste
não conhece seu sorriso
essa luz que insiste

30 de janeiro de 2014

rasgo-me
depois remendo
cada corte fechado
é ensino do tempo

21 de janeiro de 2014

preto

de canto livre
agora em alma vive
ide em paz
que nosso sol,
sem dó, se arranje 

15 de janeiro de 2014

indo ao nacional

Ouviram? Lá do Ipiranga, as "margens" cálidas
Um povo heróico, preto, pardo, pobre... mas relutante
Sem sol, sem liberdade, só (pelas frestas) raios frios
Tomou o céu da (outrora) pátria em um só instante.