28 de fevereiro de 2014

(re)missão

Da outra vida
Só me lembro:
No dia em que morri
Ouvi você sorrir

Na nova hora,
Enquanto espero,
Gargalho.
Você chora...

27 de fevereiro de 2014

Não alimentarás falsos patetas

A loucura é livre, logo ela não insiste, apenas existe. Quando cerceia-se esse lapso da existência comum, infringindo divagações reguladoras em constância opressora, mesmo que tais observações tenham ares de evolução abrilhantada pela inconsciência de um espírito livre, finda o improviso humano chamado de loucura. O que resta? O egoísmo autoritário, a manipulação pela ignorância. Portanto, aos tolos que se dizem iluminados pela imagética imprevisível da loucura deixo como palavras "derrubem as próprias máscaras". Tornem-se reais, assumam sua consciência e não justifiquem seus atos ob a ótica extraordinária (em tons de divindade) da loucura. Pois, se podem pensar e elaborar discursos obtusos, não são contemplados com o dom da loucura, estão apenas a serviço da auto-idolatria obscura.

Ato dos opostos



Então, ao sentir a rugosidade de mais um soco no estômago, a dor sobe em ondas de calafrios. Quem não a conhece revida, instintivamente, hora com ódio, minutos depois com medo. Porém, não é a primeira vez que recebo tal visita. Deixo, quase inconsciente, que a náusea  inunde o ventre e outros canais latentes. Que percorra capilares e cerre tenuamente incisivos e molares para chegar a ponta do último fio que cobre o invólucro da razão. Como luz, na mesma velocidade que se expandiu, volta em implosão,  até as pontas dos dedos, apertando-os tão forte quanto seja impossível. Em silêncio – percebido apenas por quem sente – o universo aguarda o retorno em igual intensidade. No entanto, a ternura vence em sonoro oco a força do soco. Por fim, toda dor é submissa à ponta do lápis. Grafada e traduzida em uma só palavra. Sonoramente semelhante ao que nunca pude dizer, escrevo, em grandes letras triunfais (ou descomunais): PAX! Ou apenas paz...

26 de fevereiro de 2014

apagar meus os versos
afinal, são tão anvers