21 de outubro de 2010

Distâncias

Enquanto você desliza sobre os trilhos da novidade, desbravando a multidão inconsciente e insipiente. Eu, totalmente consciente e descrente, espero de volta seu amor. Enfio o dedo na minha carne, limitando a dor de estar só. Viajo pelo lápis, pelas teclas e através da fumaça de mais um câncer, caro como esses olhares assustado, que resvalam, suaves como unha de gato, sobre as marcas que escolhi carregar. Esperando respostas que possam-me levar de volta a você. Como uma conquista. Como uma derrota de tudo que julgo ser inerente e inerte na natureza tacanha. Corro por essas últimas horas gladiantes, pesadas como hipocrisia aristocrata, para ver seus olhos de lágrimas, negros e mouros, sorrirem como orgulhosas pérolas negras...

2 comentários:

Barba Azul disse...

A cara do Sadam, eterno romântico.

Zica disse...

PQP, que declaração de amor! Lindo, intenso, visceral!