5 de janeiro de 2007

Ciranda

Inconscientemente eu aspiro esse aroma psicotrópico do dia em que deixei de sofrer. Anestesiado só enxergo à frente, numa alucinação digna do ópio, mas consistente como as letras. Sei que não poderei viver desse “barato”, e que toda noite terei momentos da caretice reacionária, mas esse ópio da paz é bom para esquecer. Esquecer para lembrar. Lembrar para continuar. Continuar porque estou vivo e quem vive não pode parar. Lúcidos ou chapados todos temos que continuar. E quando chegar à total lucidez procurarei de novo sentimentos lisérgicos, pois adoro ver o mundo à rodar. Uma ciranda lunática na beira do mar, cantando para amar, dançando para Iemanjá.

Um comentário:

Anônimo disse...

No momento da embriaguês é que estamos mais lúcidos....