Repito aos quatro ventos
Quanto difíceis são meus movimentos
Calcular, programar, aplicar
Não faz parte de mim esse estratagema
A perspicácia de antecipar
Logo só me resta arriscar
Jogar no lado lúdico da vida
E quando perco
Litros de álcool para a assepsia das feridas
Queimo com a ponta do cigarro
As que teimam em não coagular
Mas já virou gangrena
A dificuldade que tenho
Em não mais errar
Com mais uma baforada de fumaça
E a dor aguda da feriada queimada
Juro pensar antes de falar
Planejar antes de agir
Mas quanto grito ao quinto vento
Injurias sobre mim mesmo
Já começo de novo
A soltar meu pensamento
E rápido como o sexto vento
Que só para mim faz sentido
A mente faz o corpo borbulhar
E junto com desafios
Espero novas feridas
Que marcam de fundas cicatrizes minha vida
Algumas vermelhas quelóides
Outras riscos claros
De coisas que nem lembro mais
Um comentário:
Feridas cicatrizam!
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