Saca só
Só o pó
Acabou
Começa de novo
De novo
E de novo
O novo ciclo
Cíclico
Desce redondo
No verão
Só ná ná ná
Espero a volta
Pra começar
Recomeçar
De novo
E de novo
No novo ano
Mais velho, eu
Sinto-me outro
Novo
De novo
E de novo
Poesia = 1- composição em cujo conteúdo apresenta uma visão emocional e conceitual na abordagem de idéias, estados de alma, sentimentos etc; 2 - arte de excitar a alma com uma visão do mundo; Absurdo = 1- que não se enquadra em regras e condições estabelecidas; 2 - no existencialismo literário e filosófico falta de sentido ou de justificação racional para a existência do homem e do universo;
Saca só
Só o pó
Acabou
Começa de novo
De novo
E de novo
O novo ciclo
Cíclico
Desce redondo
No verão
Só ná ná ná
Espero a volta
Pra começar
Recomeçar
De novo
E de novo
No novo ano
Mais velho, eu
Sinto-me outro
Novo
De novo
E de novo
Hoje meu café da manhã foi um corpo
Resto da alma que ingeri ontem no jantar
Alimentação pesada, cheia de proteínas
Dessas calorias que te fazem pensar
Carboidratos do sonho, doce sonho
No almoço preciso de novo, do corpo e da alma
A tarde mais uma vez, e assim sempre
Alimento-me da alma que ingeriu minha alma
Mãos atadas
Garganta cerrada
Pernas imóveis
Queria dizer, espernear
Gritar, segurar
Mas vegeto
E contento em olhar
Não me acho digno
Nem de perguntar
Só posso esperar
Ele mora lá
Em meio aos caracóis
Mora só
Mas está bem acompanhado
Está aí pode acreditar
Você não percebeu?
O sonho dele?
Que nele você possa acreditar
Mesmo vazio o espaço guarda restos, restos não sei bem de que, restos que apodrecem e, muitas vez, nem enterrados descansam
Um novo ano para digerirmos, tomara que juntos. Nossa entrada vem regada à esperança e salpicada de novidade, mais tarde teremos os acompanhamentos: energia, trabalho, amores e, se o “Chefe” permitir, muitas, boas e grandes realizações. O prato principal vira ma hora certa, bem no meio, quando pensarmos que já experimentamos de tudo. Vem cheio de coisas boas como família, amigos e uma merecida pausa após saborearmos tudo isso. Depois de uma bela sobremesa, doce como o calor do nosso verão, estaremos cansados. Aí é hora do café, colocar a conversa em dia, trocar receitas para o próximo encontro e, claro, um grande brinde de feliz ano novo. Será tudo tão rápido, mais uma vez, alguma coisa do cardápio poderá não cair bem, mas no final, na hora do brinde estaremos, se o “Chefe” e “Anfitrião” permitir, todos juntos de novo.
Esperei e nunca alcancei
Esperarei mais uma vez, talvez alcance
Espera que agonia, maltrata
Espera tem fim?
Esperando por ele continuo
Espero, esperei e esperarei
Avise-me quando chegar
Suicide-se sobre mim
Sua dor já não interessa mais
Deixe correr seu sangue
Não lavarei minhas mãos
Suicidei-se, pois não vou te matar
A dor de um também é do outro
Por isso não aumentarei a minha
Livrando-me da sua
Suicidei-se sob meus olhos
Assumirei a culpa
Porém não será ela
Que facilitará sua fuga
Chegou a hora
Esse lugar não é mais para nos dois
Não posso mais fazer você sofrer
Nem mentir que estou feliz em te ver
Vamos embora
Sem olhar do lado nem para trás
A verdade vem para todos uma hora
É melhor lembrar do tempo de paz
E se um dia pensar em nós dois
Lembre-se que sempre foi amor
Lembre-se que nem sempre foi assim
O tempo vai mostrar que foi melhor pra nos doisUm porre de sentimentos
Eterna ressaca de desencontros
Se o pulmão já é um cinzeiro
O coração é movido a álcool
As lágrimas o mais puro destilado
Esse suor frio que arrepia a espinha
O drink que alguém me serviu
O néctar da poesia proibida
Extraído da fermentação do cérebro
Flambado com o fogo da ilusão
A boêmia letrada
Traz o regresso
Talvez pela ultima vez
Evitar a ressaca
Eternamente embriagado de palavrasQuero apenas continuar
Sentindo amor, dor, raiva, compaixão
Continuar quente, fervendo
Nunca morno, frio
Apenas continuar
Vontade, preguiça, excitação
Viver sempre
Intensamente
Continuar
Não pode ser agora
Preciso de mais
Antes do fim da história
Há anos sentado no mesmo lugar
Trabalho que nunca entendo
Dizem que é para o bem
Tenho dúvidas sobre o mal
Dinheiro, realização, mortificação
Um amor, um medo, uma paixão
Nenhuma razão
Velotrol, bicicleta, motocicleta
Um saudade, uma vontade, uma ilusão
Fantasmas, apenas fantasmasA fila já vai longe. Continuo esperando minha vez. Passam um, dois, três.... Opa! Agora vai. Não acredito, caiu o sistema, vixe, quanto tempo pra voltar? Meia hora, hora inteira... Voltou, é agora. Caralho! (desculpem). Cliente preferencial é o cacete (escapou de novo). Bom, agora com certeza é minha vez. Desculpe senhor (que voz fria, lá vem), o expediente foi encerrado por hoje (sabia, mais uma vez), guarde suas preces e seus pedidos. Em uma próxima o reino dos céus terá o prazer de atendê-lo (já escutei isso antes). Depois ainda perguntam por que deus está perdendo tantos clientes, pior que isso só o Bradesco. Aliás, isso vale tanto pra deus quanto para o Bradesco, esqueçam-me, vou guardar meu dinheiro e minha alma debaixo do colchão. Sei que vai desvalorizar, e pode até não valer nada depois, mas quer saber, já não vale muito agora mesmo. Pelo menos não preciso acreditar em promessas e me acostumo, a infelicidade e a pobreza fazem parte da minha condição.
Mais um cigarro
Espero que a fumaça cinza sufoque meus pensamentos
A mente seca
Como a boca depois de mais um trago em uma noite cinza
Noites e dias cinzas
Tão cinzentos quanto à visão de uma saída
Preso pelo medo
O medo envolto na névoa cinza, quase negra
Mais um cigarro
Espero que das cinzas nasça uma fênix, uma nova vidaRápido e intenso
Parece com medo
Ou apenas com pressa
Rápido e intenso
Como droga
Vicia e faz mal
Rápido e intenso
Caldo do mar
O sal fará lembrar
Rápido e intenso
Vejo uma estrela
Mas pode ser ela quem me vêVale?
Claro que vale
Mas quanto vale
O quanto disse
E vale tanto assim?
Claro que Vale
Não, não vale tanto
Pode procurar por aí, vale sim
É, vou pesquisar o quanto vale
Você tinha razão, vale mesmo
Não disse que valia?
Então tome o quanto vale
Peraí agora vale mais
Como assim vale mais?
Oferta e procura, valorizou
E quanto vale agora
O dobro que valia
Mas isso é um absurdo, não vale tanto
Quer pesquisar de novo o quanto vale?
Não quero arriscar, já sei que vale
Também acho, pode valorizar outra vez
Volto amanhã, não tenho comigo o que vale
Ok guardo pra você, mas valerá o triplo
Imagina não pode valer tanto
Vale sim, tem gente que me paga esse valor
Mas não tenho tanto quanto valerá
Sinto muito, mas é o quanto valerá
Esta bem, trarei o valor amanhã
Ok, mas não demore, pode valer ainda mias
Você está extrapolando nessa valorização
Não é culpa minha, não faço o valor
Claro que faz, você está ditando o valor
Não, quem faz o valor é o mercadoBala, chiclete, chocolate
Sorvete, lasanha, espaguete
É impossível comer um só
Maria, Marina, Mariana
Julia, Juli, Juliana
É impossível comer uma só
Corpo, alma, pensamento
Coração, emoção, sentimento
É impossível comer um só.